sábado, 16 de janeiro de 2010

Palavra de Vida - Janeiro - com desenhos


Para as crianças aqui fica a Palavra de Vida deste mês - adaptação ao comentário de Chiara Lubich - ilustrada com desenhos. Pode fazer-se o download para o computador, para imprimir e pintar ou clicar em cima para ver a imagem maior.

Palavra de Vida - Janeiro - com fotografias


Para os mais jovens aqui fica a Palavra de Vida deste mês - adaptação ao comentário de Chiara Lubich - ilustrada com fotografias. Pode fazer-se o download para o computador ou clicar em cima para ver a imagem maior.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Palavra de Vida - Janeiro

«Ele habitará com eles; eles serão o seu povo» [cf. Ap 21, 3]. (1)

De 18 a 25 de Janeiro, em muitos lugares do mundo, celebra-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Noutros, celebra-se no Pentecostes.
Como sabemos, Chiara geralmente fazia o comentário sobre o trecho bíblico que era escolhido para essa ocasião, com a Palavra de Vida desse mês.
Este ano a frase bíblica para a Semana de Oração é: «Vós sois as testemunhas destas coisas» (Lc 24, 48). Para nos ajudar a vivê-la, propomos este texto de Chiara que é um "apelo insistente" para que nós, cristãos, testemunhemos ao mundo a presença de Deus.

«Esta é a morada de Deus entre os homens.

Ele habitará com eles; eles serão o seu povo

e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus» (Ap 21, 3).

A Palavra de Deus deste mês interpela-nos: se queremos fazer parte do Seu povo, temos que O deixar viver entre nós. Mas como será possível realizar isto? O que fazer para saborearmos um pouco, já aqui na Terra, daquela alegria sem fim que teremos ao contemplarmos Deus? Foi isto precisamente que Jesus nos revelou. E foi justamente esse o significado da Sua vinda: comunicar-nos a Sua comunhão de amor com o Pai, a fim de que também nós a vivamos.
Nós, cristãos, podemos viver desde já esta frase e ter Deus no meio de nós. Ter Deus no meio de nós requer – como afirmam os Padres da Igreja – determinadas condições. Para S. Basílio, é viver segundo a vontade de Deus; para S. João Crisóstomo, é amar como Jesus amou; para Teodoro Studita é o amor recíproco; e para Orígenes é o acordo de pensamento e de sentimentos para alcançar a concórdia que «une e contém o Filho de Deus» (2).
Mas é no ensinamento de Jesus que está o segredo para fazer com que Deus habite no meio de nós: «Amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei» (cf. Jo 13, 34). O amor recíproco é o segredo da presença de Deus. «Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós» (1 Jo 4, 12), pois: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 20), disse Jesus.

«Ele habitará com eles; eles serão o seu povo».

Portanto, não é inalcançável nem está assim tão longe o dia em que se vão cumprir todas as promessas da Antiga Aliança: «A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo» (Ez 37, 27).
Tudo isso já se realiza em Jesus, que, para além da sua existência histórica, continua a estar presente entre aqueles que vivem segundo a nova lei do amor recíproco, ou seja, segundo aquela norma que os constitui como um povo, o povo de Deus.
Esta Palavra de Vida é, pois, um apelo insistente (dirigido sobretudo a nós, cristãos) para testemunharmos, com o amor, a presença de Deus. «Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35). O mandamento novo, vivido assim, estabelece as condições para que se realize a presença de Jesus entre as pessoas.
Não poderemos fazer nada se esta presença não estiver garantida. Presença que dá sentido à fraternidade sobrenatural que Jesus trouxe à Terra para toda a humanidade.

«Ele habitará com eles; eles serão o seu povo».

Mas cabe sobretudo a nós, cristãos – embora pertencendo a várias comunidades eclesiais –, apresentar ao mundo a beleza de um único povo, feito de pessoas de todas as etnias, raças e culturas; de adultos e de crianças; de doentes e de sãos. Um único povo do qual se possa dizer, como se dizia dos primeiros cristãos: «Vede como se amam e estão prontos a dar a vida uns pelos outros».
É este o "milagre" que a humanidade aguarda para poder voltar a ter esperança. É um contributo necessário para o progresso ecuménico, para o caminho até à unidade plena e visível dos cristãos. É um "milagre" que está ao nosso alcance, ou melhor, ao alcance d'Aquele que, habitando entre os seus unidos pelo amor, pode modificar o destino do mundo e conduzir a humanidade inteira para a unidade.


Chiara Lubich

1) Palavra de Vida, Janeiro de 1999, publicada em Città Nuova 1998, n.º 24, p. 59; 2) Comment. In. Matth., XIIl, 15, PG 13, 1131.