quinta-feira, 1 de abril de 2010

Palavra de Vida - Abril

«Eu sou a Ressurreição e a Vida» [Jo 11, 25]. (1)

Jesus pronunciou estas palavras por ocasião da morte de Lázaro, em Betânia. Quatro dias depois de Lázaro ter morrido, Jesus ressuscitou-o.
Lázaro tinha duas irmãs: Marta e Maria.
Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, a Marta saiu ao seu encontro e disse-lhe: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido». Jesus respondeu-lhe: «O teu irmão ressuscitará». A Marta retorquiu: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na Ressurreição, no último dia». E Jesus declarou: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre».

«Eu sou a Ressurreição e a Vida».

Jesus quer fazer compreender quem é Ele para o homem. Jesus possui o bem mais precioso que se pode desejar: a Vida. Aquela Vida que não morre.
Se lermos o Evangelho de São João, descobrimos que Jesus também disse: «Assim como o Pai tem a Vida em Si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a Vida em Si mesmo» (2). E, uma vez que Jesus tem a Vida, pode comunicá-la.

«Eu sou a Ressurreição e a Vida».

Também a Marta acreditava na ressurreição final: «Eu sei que há-de ressuscitar na Ressurreição, no último dia».
Mas Jesus, com a sua afirmação maravilhosa: «Eu sou a Ressurreição e a Vida», faz-lhe compreender que não deve ficar à espera do futuro para ter esperança na ressurreição dos mortos. Desde já, no tempo presente, Ele é, para todos os que acreditam, aquela Vida divina, inefável, eterna, que nunca morrerá.
Se Jesus está neles, se está em nós, não morreremos. Naqueles que acreditam, esta Vida é da mesma natureza de Jesus ressuscitado, e, portanto, bem diferente da condição humana em que se encontram. E esta Vida extraordinária, que já existe também em nós, há-de manifestar-se plenamente no último dia, quando participarmos, com todo o nosso ser, na ressurreição futura.
«Eu sou a Ressurreição e a Vida».

Claro que, com estas palavras, Jesus não nega que existe a morte física. Mas esta não implica a perda da Vida verdadeira. A morte será para nós, como para todos, uma experiência única, fortíssima e talvez temida. Mas já não vai significar a ausência de uma existência, já não será o absurdo, o fracasso da vida, o nosso fim. A morte, para nós, já não será uma verdadeira morte.

«Eu sou a Ressurreição e a Vida».

E quando é que nasce em nós esta Vida que não morre?
No Baptismo. Ali, embora na nossa condição de pessoas que devem morrer, recebemos de Cristo a Vida imortal. De facto, no Baptismo recebemos o Espírito Santo, que foi Quem ressuscitou Jesus.
E a condição para receber este sacramento é a nossa fé, que nós professámos através dos nossos padrinhos. Com efeito, Jesus, no episódio da ressurreição de Lázaro, ao falar com a Marta, disse explicitamente: «Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá. (...) Crês nisto?» (3).
«Crer», aqui, é um factor fundamental, muito importante: não implica apenas aceitar as verdades anunciadas por Jesus, mas aderir a elas com todo o ser.
Para termos esta vida, devemos, portanto, dizer o nosso sim a Cristo. Isso significa adesão às suas palavras, aos seus mandamentos: vivê-los. Jesus confirmou-o: «Se alguém observar a Minha palavra, nunca morrerá» (4). E os ensinamentos de Jesus estão todos concentrados no amor.
Por conseguinte, não podemos deixar de ser felizes: temos a Vida em nós!

«Eu sou a Ressurreição e a Vida».

Neste período em que nos preparamos para celebrar a Páscoa, ajudemo-nos uns aos outros a fazer uma mudança de rumo – que é preciso renovar sempre –: ir na direcção da morte do nosso eu, para que Cristo, o Ressuscitado, viva em nós a partir de agora.

Chiara Lubich

1) Palavra de Vida, Março de 1999, publicada em Città Nuova, 25.2.1999, n.º 4, p. 45; 2) Jo 5, 26; 3) Jo 11, 25-26; 4) Jo 8, 51.

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